O Yôga, o yoga, o yóga ou a ióga? A yôga, a yoga, a yóga ou a ióga?

O YÔGA, O YOGA, O YÓGA OU O IOGA? A YÔGA, A YOGA, A YÓGA OU A IOGA?

A harmonia do mundo depende da retificação dos nomes.” Confúcio (aliás, retificando, Kung Fu Tsu)

COMO TUDO COMEÇOU

O Yôga ou a Yóga? Acredito que você gostaria de saber como surgiu o desnaturamento do mantra Yôga e o motivo de algumas pessoas com atrelamentos ideológicos apegarem-se ao erro óbvio, obstinando-se em não aceitar a evidência do que está certo.

Em 1960, surgiu o primeiro autor brasileiro a escrever sobre o assunto. Foi o General Caio Miranda114. O livro se chamava A Libertação pelo Yôga, e foi publicado pela Editora Freitas Bastos.

Sendo do Rio de Janeiro, o general pronunciava os oo abertos e, por isso, dizia “a yóga“. Como algumas pessoas mais bem informadas questionassem tal pronúncia, ele não fez por menos: publicou uma nova obra em 1962 pela Editora Freitas Bastos, intitulada Hatha Yóga, a ciência da saúde perfeita e fez constar na capa do livro, bem como no texto interno, a palavra yóga com acento agudo no o!

No miolo desse livro ele ainda reforçava, na página 26 da primeira edição (página 30 da segunda edição), declarando que existiam os dois, “a yóga” e o Yôga. Que “a yóga” seria a prática do Yôga, e que este era mais profundo, era a filosofia em si. Quando isso foi escrito não era verdade,

114 A bem da verdade, julgo importante esclarecer que o primeiro livro de Yôga escrito por autor brasileiro, foi publicado pelo General Caio Miranda, em 1960. O segundo autor de Yôga brasileiro, o Coronel Hermógenes, publicou em 1962, dois anos depois. Estava lá quando esses dois livros foram lançados e tenho o privilégio de possuir os exemplares originais de primeira edição, autografados para mim por esses dois grandes autores.

tratava-se de um equívoco; mas trinta anos depois, para este país passou a ser parte da nossa idiossincrasia nacional. O Brasil tornou-se a única nação115 que possui os dois, o Yôga e “a yóga”.

Na época ninguém discutiu. Nem podia! Logo em seguida instalou-se a ditadura militar e quem, involuntariamente, instilava o erro era um general! Não que ele quisesse usar da patente para impor sua opinião, mas só pelo fato de ser militar as pessoas submeteram-se à sua pronúncia carioca, com ó aberto. Ainda por cima, Caio fora o Chefe da Agência Nacional, o órgão do Governo que determinava à Imprensa o que ela devia publicar. Assim, a Imprensa escrita, falada e televisionada da época passou a divulgar a palavra “yóga” no gênero feminino e com pronúncia aberta. Todos, na época, acataram essa pronúncia errada e gênero equivocado. Confirme na documentação fotográfica da obra citada, que reproduzimos na próxima página.

É importante registrar que:

1. O acento circunflexo na palavra Yôga não foi introduzido pelo DeRose; e

2. Esse acento não foi colocado para obter o som do ô fechado.
O fonema , fechado, é a forma natural da pronúncia dessa palavra, tanto que praticamente todos os idiomas do mundo o pronunciam assim, inclusive o nosso (como em iodo ou quando dizemos Yoda).

O acento não foi colocado para fechar a pronúncia, tanto que ele aparece em livros publicados em espanhol e em inglês, idiomas esses que nem possuem tal acento. No entanto, em sânscrito, o acento sempre esteve lá. Confira estas declarações no capítulo que trata deste tema ni Tratado de Yôga. Aí vai uma página do mencionado capítulo: https://www.dropbox.com/s/gczek3d3i6vqb3m/Afinal%2C%20a%20palavra%20Y%C3%B4ga%20tem%20acento.pdf?dl=0